O período de 365 dias é sempre repleto em acontecimentos. Num mundo globalizado, nossa espécie transita entre episódios de horror, alegria, tragédia, felicidade, etc. Mas 2015 foi sui generis. Um daqueles anos que logo ocupará as páginas dos livros de história. A humanidade perseverou e regrediu. Pessoas choraram, pessoas sorriram. O que passou vira aprendizado na busca de um futuro melhor.
Com a vitória de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a presidência da Câmara dos Deputados, o governo federal de Dilma Rousseff encontraria uma nova fervorosa oposição. O embate de ideologias povoaria o noticiário político – de um jeito que não se via há décadas no Brasil. Após incontáveis e estressantes discussões midiáticas, e novas denúncias da operação Lava-Jato, a cereja do bolo estava guardada para o último mês do ano. Ficou para 2016 a análise do impeachment da presidente da República.
As dificuldades políticas repercutiram diretamente na economia, que vai mal das pernas. Joaquim Levy foi colocado no Ministério da Fazendo como salvador da pátria. Não teve sorte na aprovação de seus pacotes. Resultado: deixou o cargo antes de completar um ano de trabalho. Isso sem contar a prisão de um senador, em pleno exercício de mandato, pela Polícia Federal. A acusação? Dificultar as investigações da Lava-Jato.
A terrível crise dos refugiados chocou o mundo. A foto do menino sírio morto, Aylan Kurdi, circulou pela imprensa de diferentes países, ilustrando os horrores da imigração forçada. Enquanto o Estado Islâmico arquitetava seus planos malignos da Síria, alguns recrutas do grupo planejavam ataques terroristas na França. Em janeiro, os cartunistas do semanário satírico Charlie Hebdo foram assassinados na sede da empresa. Em novembro, outro ataque. Muito maior e mais sangrento.
Nos Alpes franceses, um piloto suicida derrubou o avião que comandava. Muitos homicídios, muitas mortes de pessoas inocentes. Mariana, em Minas Gerais, ainda chora por um dos maiores desastres ambientais da história do Brasil. De constante nesse 2015 histriônico, apenas um sentimento que se renova sazonalmente: a esperança. Como relatado, temos grandes problemas, mas também somos capazes de encontrar grandes soluções. Um dia chegamos lá, coletivamente. Pensando assim, 2016 já começa brilhante e acolhedor. Feliz Ano Novo.
Colabração: Gabriel Bocorny Guidotti
Jornalista e escritor
Porto Alegre – RS.