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APÓS ENCONTRO HISTÓRICO, TRUMP E KIM JONG-UN ASSINAM DOCUMENTO DE COOPERAÇÃO

Com um aperto de mãos em frente a bandeiras dos EUA e da Coreia do Norte, Donald Trump e Kim Jong-un marcaram o início da cúpula histórica sobre a desnuclearização da Península Coreana, no primeiro encontro já realizado entre líderes dos dois países. Ao final da reunião, Trump e Kim se sentaram em frente a jornalistas e assinaram um documento de cooperação.

 

U.S. President Donald Trump and North Korea's leader Kim Jong Un sign documents that acknowledge the progress of the talks and pledge to keep momentum going, after their summit at the Capella Hotel on Sentosa island in Singapore June 12, 2018. As they are watched by Kim Yo Jong, sister of North Korean leader Kim Jong Un and U.S. Secretary of State Mike Pompeo. REUTERS/Jonathan Ernst
Por volta das 2h30 (em Brasília), os presidentes assinaram o acordo que, segundo eles, representa uma “cooperação entre os dois países”. O que se sabe até o momento é que o documento assinado pelos dois líderes inclui os seguintes pontos:
– Reafirmando a Declaração de Panmunjon, de 27 de abril de 2018, a Coreia do Norte se compromete a trabalhar para a “completa desnuclearização da península”;
– EUA e Coreia do Norte se comprometem a recuperar restos mortais de prisioneiros de guerra, começando pela imediata repatriação daqueles já identificados;
– Ambos os países irão “construir um duradouro e estável regime de paz” na Península Coreana;
– Os dois líderes também se comprometeram a estabelecer novas relações entre os EUA e a Coreia do Norte, de acordo com o desejo de paz e prosperidade da população dos dois países;
– Os EUA se comprometeram a dar “garantias de segurança” à Coreia do Norte;
– O Secretário de Estado americano, Mike Pompeo, deverá se reunir “na data mais próxima possível” com um alto funcionário norte-coreano para continuar o diálogo bilateral sobre a desnuclearização.
Trump declarou que “os dois lados ficarão impressionados com o resultado da cúpula”. Já o líder norte-coreano afirmou que “o mundo verá uma grande mudança”. Com o discurso de deixar o passado para trás, o republicano ainda afirmou que “com certeza” irá convidar Kim para visitar a Casa Branca.
O presidente americano reconheceu Kim como um “negociador muito inteligente e valioso”, que negocia em favor de seu povo e ama o seu País. Questionado pelos repórteres sobre o que mais o surpreendeu durante a cúpula, Trump disse que o líder norte-coreano tem uma “grande personalidade” e é “muito inteligente. Uma grande combinação”. Para finalizar, ele ainda declarou que os líderes tiveram um ótimo dia e “ambos aprenderam muito sobre o outro e sobre os nossos países”.
Kim estava à vontade perante as câmeras e disse que ele e o presidente americano superaram “velhos preconceitos e práticas” para estarem frente a frente em Cingapura. O ditador se mostrou otimista na reunião entre as duas delegações: “Eu acredito que esse é um bom prelúdio para a paz”, afirmou. Trump respondeu: “Eu também”.
Pouco antes, o presidente americano disse que era uma “honra” participar da discussão e previu que teria um “relacionamento fantástico” com Kim, integrante de uma dinastia que há sete décadas controla o país mais fechado do mundo. Ao convencer Trump a participar da cúpula, ele conseguiu o que seu pai e seu avô buscaram sem sucesso: legitimar a Coreia do Norte no cenário internacional e negociar em pé de igualdade com a nação mais poderosa do mundo.
A cúpula começou às 9h04 de terça-feira (22h04 de segunda-feira em Brasília). Todo o protocolo foi coreografado para mostrar uma situação de equilíbrio entre os dois lados. Trump e Kim entraram ao mesmo tempo no local, onde apertaram as mãos diante de fotógrafos e cinegrafistas. Ao fundo, havia seis bandeiras dos EUA e seis bandeiras da Coreia do Norte, intercaladas.
Quando ambos caminhavam lado a lado depois dos cumprimentos, as câmeras da emissora americana CNN captaram o tradutor de Kim transmitir a Trump o sentimento do norte-coreano em relação ao ineditismo do encontro: “Muita gente vai pensar que esse é um filme de ficção científica”. Os dois líderes apareceram na sacada do hotel por alguns segundos ao fim da reunião privada. À distância, repórteres perguntaram três vezes a Kim se ele estava comprometido com a desnuclearização, mas não tiveram resposta.
A cúpula começou com um encontro de 48 minutos dos dois líderes, do qual participaram apenas tradutores. Diante de jornalistas, antes do início das conversas, Trump declarou que ele e Kim teriam uma “grande discussão” e a reunião seria um “tremendo sucesso”. Em seguida, o norte-coreano falou com desenvoltura para quem governa um país no qual não existe imprensa livre. “Os velhos preconceitos e práticas foram obstáculos no nosso caminho, mas nós superamos todos e estamos aqui hoje.” Ao seu lado, Trump respondeu: “É verdade”.
Em seguida, as delegações americana e norte-coreana tiveram uma reunião bilateral ampliada, com o mesmo número de autoridades de cada lado da mesa. Trump e Kim sentaram frente a frente, no centro.
ESTADÃO CONTEÚDO

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