Durante muito tempo, as pesquisas sobre deficiência de vitamina D concentraram-se no papel que a substância desempenha na proteção de ossos e dentes. Contudo, nas últimas décadas, o interesse dos cientistas voltou-se para a associação entre baixa dosagem desse hormônio no organismo e o aumento no risco de diversas enfermidades que nada têm a ver com o esqueleto.
Como ela está envolvida na regulação do crescimento celular, no controle de inflamações e no sistema imunológico, os investigadores concluíram que a carência dessa vitamina — que não é um nutriente — poderia estar ligada ao desenvolvimento de doenças decorrentes de disfunções nesses processos, incluindo o câncer.
Dois estudos divulgados este mês indicam uma forte relação entre a baixa dosagem de vitamina D e tumores de próstata agressivo e de mama. No primeiro caso, o nível deficiente do hormônio poderá servir de biomarcador da doença, ajudando os médicos a identificar a necessidade de proceder a cirurgia de retirada do órgão. Já em relação ao câncer de mama, os pesquisadores descobriram, em ratos, que o tumor cresce mais rápido e tende a criar metástase quando a quantidade da substância no organismo está abaixo do nível ideal.