Sob pressão para gastar mais, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu a possibilidade de prorrogar novamente o auxílio emergencial e investir mais também em obras inacabadas, desde que com “moderação”, e debaixo do teto de gastos.
A ideia agrada ministros da chamada ala política do governo, em um momento de boa popularidade de Bolsonaro e eleições municipais. Mas a conta é difícil.
De acordo com integrantes da equipe econômica, para estender os meses de pagamento do benefício aos mais carentes dentro do mesmo patamar de R$ 600, não seria possível liberar dinheiro para todas as obras defendidas pelos ministros da Infraestrutura, Tarcísio Gomes e do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Caso contrário, a ideia de esticar o auxílio só sairia do papel se o valor fosse reduzido. A sugestão é gastar com equilíbrio nos dois. “O Brasil não vai sair do buraco cavando mais fundo. É uma insensatez”, afirma a equipe.
Nesta sexta-feira (14), o presidente Jair Bolsonaro conversou com o ministro da Economia sobre ter sido mal interpretado ao fazer uma declaração do tipo “fura teto”, durante transmissão na internet. Bolsonaro passou com Guedes os tópicos de uma nota, que o presidente divulgou na internet, em defesa do limite de gastos.
A equipe de Guedes vê Bolsonaro diante de uma encruzilhada: gastar mais ou se manter na linha da austeridade. A primeira opção é tachada de “caminho de Dilma”, uma referência à ex-presidente ‘impeachmada’. “Dobre à direita, este é o caminho da prosperidade”, afirma um dos mantras da equipe sobre qual direção escolher.
CNN Brasil