Para o consultor de marketing político Wagner Araújo, o encurtamento do período eleitoral e a restrição de financiamento empresarial vai acarretar em mudanças profundas no jeito de se fazer campanhas eleitorais. Na visão de Araújo, para além dos minguados recursos financeiros, deverão se sobressair a criatividade dos responsáveis pela imagem do candidato e, sobretudo, a empatia do próprio candidato em garantir a viabilidade das propostas defendidas em palanque.
“Quando faltam os recursos técnicos, devem preponderar os recursos criativos. Esta será a primeira campanha depois desse período de desencanto da população, do eleitor em relação à classe política em geral, então nós vamos enfrentar uma campanha em meio a esse sentimento. Vamos ver como isso vai se dar, se vai haver espaço para renovação, para novas formas de fazer governo, novos formatos de apresentação de candidatos”, pontuou Araújo.
Ele comenta que o candidato que quiser se sobressair em meio ao leque de nomes que estarão à disposição da população, deverá formatar propostas que sejam palpáveis. “O candidato que tiver proposta deverá se sobressair. Isso foi sempre relegado ao segundo plano. Sempre foi explorado a questão da trajetória pessoal, se o candidato já tinha experiência maior ou maior. Acho que dessa vez será ampliado a questão da proposta”, destacou.
Wagner Araújo alerta: não adianta ter candidato, tem que ter projeto. “O candidato tem que saber dizer o que pretende fazer. Não adianta ser candidato de si mesmo. Ele tem que ser candidato dentro de um projeto político-administrativo, seja ela parlamentar ou executivo. As propostas devem ser assertivas, que elas não sejam fora da realidade, que elas tenha credibilidade, que o eleitor vislumbre a concretude daquela proposta e que ela tenha as principais demandas daquela população contempladas”, destacou Wagner Araújo.
Redes sociais
Questionado sobre o papel que as redes sociais terão no decorrer das campanhas eleitorais, Wagner Araújo comenta que este advento é responsável pelo “redesenho” dos pleitos. “As redes sociais estão alterando o universo comunicacional. A rigor você anda com uma emissora de transmissão ao vivo para o público em geral, algo que só era possível se você fosse dono de uma televisão. As redes sociais são um grande laboratório político, não dá para ficar de fora e, uma vez de dentro, tem que ter muita cautela”.
Fonte: Agora RN